sábado, 10 de dezembro de 2016

Azul é a cor mais quente


Normalmente imaginamos o relacionamento tóxico como aquele formado por um agressor e um agredido (agressão que pode tomar diversas formas, como manipulação, extorsão, vampirização, violência física e/ou psicológica etc). No saldo, uma das partes é constantemente desrespeitada e sai machucada. Por isso também são chamados de relacionamentos destrutivos.
Essa representação é adequada para boa parte dos casos. Entretanto, hoje quero tratar de um tipo de relação na qual os conceitos de “agressor” e “agredido” não são os melhores. Um tipo de relação na qual os desníveis podem ir se aprofundando sem mesmo que os parceiros tenham consciência. Tais desníveis começam pequenos ganham relevância, gradativamente, gerando uma disparidade entre um lado razoavelmente autônomo e outro, consideravelmente dependente. Essa disparidade não parece tóxica em um primeiro momento mas tem potencial destrutivo alto, principalmente para a parte mais dependente. Para ilustrar, gostaria de utilizar o filme “Azul e a cor mais quente”.